TRATAMENTOS PARA DEPRESSÃO
Quando um indivíduo descobre que
não está bem mentalmente e tem a percepção de procurar ajuda, ele deve
compreender que atualmente existem diversos tratamentos no mercado que vão
desde um acompanhamento psicoterapêutico até internação em último caso. Entre
os tratamentos para depressão estão o uso de antidepressivos, a psicoterapia e
a medicina alternativa, porém uma das propostas desse trabalho é principalmente
fazer com que esses profissionais que estão deprimidos procurem mudar alguns
hábitos de vida e melhorar com isso a sua saúde física e mental.
Para o tratamento da depressão é importante que aquilo que
se pretende tratar seja, de fato, depressão,
isso quer dizer que a terapia implica antes, sobretudo, que haja um
diagnóstico, pois, o tratamento médico é tão mais eficaz quanto mais caracterizada for a
doença, essa conduta se aplica à toda área médica. (SILVA, 1998)
O tratamento para a
depressão consiste em estabilizar o humor que está alterado, Rangé; et al (2001) refere que o tratamento
deve ser composto por terapia cognitivo-comportamental que oferecem técnicas
não farmacológicas e auxiliam os clientes a reconhecer alterações de
comportamento, afeto e cognição que pioram os sintomas, entre elas podem ser
citadas:
·
Mapeamento da vida: Conhecimentos sobre
a doença e aceitação da mesma;
·
Resumo dos sintomas: Consciência das
alterações do humor e detecção precoce de recaída;
·
Gráfico do humor: Percepção do paciente
sobre mudanças no humor e iniciativa de intervenção para estabilizá-lo;
·
Afetivograma: Realizada através de
exames laboratoriais e litemia, evolução do cliente através de consulta médica
e história de fases de humor ocorridas com o cliente.
O tratamento
antidepressivo deve ser entendido de uma forma globalizada levando em
consideração o ser humano como um todo incluindo dimensões biológicas,
psicológicas e sociais, os Fatores que influenciam no sucesso psicoterápico
incluem motivação, depressão leve ou moderada, ambiente estável e capacidade
para insight. (SOUZA, 1999)
Entre os diversos
tipos de tratamento para depressão incluem a introdução de psicotrópicos,
avaliações médicas e mudanças no estilo de vida, porém na depressão ocupacional
deve ser avaliado o que está alterando a saúde mental daquele trabalhador, pois
algumas vezes a liderança tem contribuição para essas alterações psicológicas.
4.1 Antidepressivos
A profissão da enfermagem com
o passar do tempo faz com que muitos profissionais da área se achem imunes a
doenças e aos medicamentos, a automedicação entre profissionais da saúde tem
aumentado refere o Ministério da Saúde (2009).
Kaplan e Sadock (1997) afirmam
que todo medicamento psicotrópico atinge o cérebro pela corrente sanguínea,
aqueles administrados pela via oral dissolvem no líquido do trato intestinal
(GI), onde tem efeitos menos agravantes que os administrados por via
parenteral. Em mulheres grávidas e mulheres que estão amamentando que estão com
depressão à ingestão desses medicamentos devem ser evitadas devido à associação
com defeitos congênitos.
De acordo com Stuart e Michel (2001) os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico
melhoram o humor e, conseqüentemente, melhoram a performance psíquica de
maneira global. Apesar de vários fatores contribuírem para a etiologia da depressão, entre eles destaca-se cada vez mais a
importância da bioquímica cerebral.
Para Range; Dali e Ritter (2001) à ação
terapêutica das drogas antidepressivas agem no sistema límbico, o principal centro das
emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos
neurotransmissores na fenda sináptica, principalmente da Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da Dopamina (DO), bem como alteração no número e
sensibilidade dos neuroreceptores.
Segundo Umpherd (2004) o
aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio
da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico ou
ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO), a enzima responsável pela
inativação destes neurotransmissores. Será, portanto, os sistemas
noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico, o local de ação das drogas
antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.
Os primeiros antidepressivos
- os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores da monoaminooxidase
(IMAOs) – foram descobertos há nos anos 80 através da observação clínica, e
entre os principais efeitos colaterais estão à dependência química em curto
prazo, problemas mnêmicos, tremores, náuseas, sonolência e aumento do apetite.
(KAPCZINSKI; QUEVEDO; IZQUIERDO, 2004).
Segundo
Marcolan e Urasaki (1998), a maioria
dos antidepressivos são Inibidores da
monoaminoxidase (IMAO). A
inibição da MAO por sí só, já torna estas
drogas perigosas, pois a MAO intestinal e hepático inativam a tiramina, porém
quando a MAO está inativada, grandes quantidades de tiramina passam para a
circulação sistêmica, podendo ocorrer crise hipertensiva com riscos de
hemorragia intracraniana e morte.
O
efeito antidepressivo ocorre devido o aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA). Ao
bloquearem receptores 5HT2 os antidepressivos também funcionam como
antienxaqueca.
Os
fármacos antidepressivos de acordo com Rang; Dalem e Ritter (2001) são
classificados nas seguintes categorias:
1
- Antidepressivos Tricíclicos (ADT);
2 - Inibidores da Monoaminaoxidase (IMAO);
3 - Antidepressivos Atípicos;
4 - Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina;
4.1.1 Antidepressivos tricíclicos
A ação dos antidepressivos
tricíclicos de acordo com Silva (1998)
ocorre devido um aumento da disponibilidade de
neurotransmissores no SNC,
notadamente da serotonina
(5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina
(DA). Ao bloquearem receptores 5HT2 os antidepressivos também funcionam
como antienxaqueca.
A ação dos antidepressivos tricíclicos (ADT)
ocorre no Sistema Límbico aumentando a NE e a 5HT na fenda sináptica.
Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é
conseguido através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.
(RANG; DALEM e RITTER, 2001).
Entre
esses medicamentos podemos citar a imipramina, amitriptalina e clomipramina que
possuem ações semelhantes no organismo, porém o uso prolongado dos ADT provoca uma diminuição do número de receptores
pré-sinápticos, desta forma quanto menor o número destes
receptores, menor seria sua estimulação e, conseqüentemente, mais NE seria
liberada na fenda. (KAPLAN; SADOCK, 1997)
4.1.2. Inibidores Seletivos de Recaptação da
Serotonina
Os
Inibidores Específicos da Recaptação de Serotonina (ISRS) atuam no
neurônio pré-sináptico inibindo especificamente a recaptação desse
neurotransmissor, logrando daí seu efeito antidepressivo.
Por
não terem efeitos anticolinérgicos e nem por apresentarem afinidade com
receptores adrenérgicos, muscarínicos, colinérgicos, histamínicos ou
dopamínicos, deixam de apresentar a expressiva maioria dos efeitos
colaterais encontrados nos antidepressivos tricíclicos e, embora alguns deles tornem o ato sexual mais prolongado,
decididamente não diminuem a líbido, entre alguns deles os mais usados são:
fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina. ( STUART e LARAIA, 2002).
4.1.3
Antidepressivos atípicos
São os antidepressivos que não se
caracterizam como Tricíclicos,
como ISRS e nem como Inibidores da Monoaminaoxidase (IMAOs). Alguns deles aumentam a
transmissão noradrenérgica através do antagonismo de receptores a2
(pré-sinápticos) no sistema nervoso central, ao mesmo tempo em que modulam a
função central da serotonina por interação com os receptores 5-HT2 e 5-HT3, como é o caso da Mirtazapina. (SILVA, 1998)
Outros atípicos são inibidores da
recaptação de Serotonina e Norepinefrina,
alguns inibindo também, a recaptação de dopamina. É o caso da Venlafaxina, da Mirtazapina ambém
podemosí os inibidores da reacaptação da Norepinefrina
(Noradrenalina), como é o caso da Riboxetina.
Alguns atípicos, como é o caso da
Tianeptina,
embora sejam serotoninérgicos, não inibem a recaptação da Serotonina no neurônio pré-sináptico
mas induzem sua recaptação pelos neurônios da córtex, do hipocampo e do Sistema límbico.
As
melhoras sintomáticas poderão ser observadas a partir do 3º ao 5º dias e sobre
o sono REM a partir do 20º dia de tratamento em posologia suficiente..( RANG; DALEM e RITTER, 2001).
Katzung
(2003) afirma que a terapia com antidepressivos é um processo de adaptação,
pois muitos médicos preferem passar por várias classes de antidepressivos na
procura da droga correta, alguns pacientes referem o aumento de sintomas de depressão nessa fase de
tratamento farmacológico entre os sintomas que podem ocorrer com o passar do
tempo no tratamento com psicotrópicos estão distúrbios sexuais e até impotência
sexual, o que leva muitos homens a deixarem as de tomar as medicações.
A utilização de medicamentos
psicotrópicos pode associar à disfunção sexual, em particular, a redução da libido,
perturbação da ejaculação e da ereção e inibição do orgasmo feminino. Trata-se,
de longe ao efeito adverso mais comum associado a uso dos inibidores seletivos
da recaptação da serotonina. (KAPLAN; SADOCK.1997, p.1043).
Segundo
Silva (1998) os efeitos colaterais dos antidepressivos estão relacionados com
suas ações neurais de potenciancializar a transmissões adrenérgicas e de
bloquear receptores colinérgicos, os sintomas do tratamento começam com boca
seca, constipação intestinal e turvação da vista e ao longo prazo infecções de
urina, cardiopatias e lentidão de movimentos, além da dependência química.